Corpo e Movimento IAVM

Nesse blog, falaremos sobre a Pedagogia do Corpo e seus fundamentos, das implicações do movimento à Educação, de uma visão da Psicomotricidade, seus elementos, fundamentos e sua contribuição para o desenvolvimento da criança e sua aprendizagem.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Movimento e brincadeiras




Instituto a Vez do Mestre
Curso - Pedagogia
Disciplina: Corpo e Movimento
Professora: Fátima Alves
Data: 12/03/2009
Núcleo: Macaé
Componentes: Cecília Alves e Leocyr Neves



Movimentos e bricadeiras






O movimento corporal fala pela pessoa, quando estamos felizes sorrimos, com raiva cruzamos os braços, quando estamos agressivos fechamos as mãos. O movimento corporal nos representa mesmo que não digamos uma palavra sequer. A ação psicomotora faz a criança adquire noções de tempo e espaço. Aprende a se localizar, a se reconhecer e se respeitar como um ser único, diferente dos demais. O movimento produz inclusão, como deficientes que dançam, deficientes visuais que jogam bola, tudo isso é movimento e desenvolvimento e conseguimos através dele envolver-nos, comunicarmos. Um exemplo que demonstra isso de forma clara, são as pessoas com deficiência auditiva, elas falam com as mãos, é o movimento que cada dedo realiza, que vira uma letra e assim se comunicam. Essas pessoas são dotadas de uma percepção extraordinária, elas não ouvem, mas sentem. Para melhor nos situarmos neste contexto, segue abaixo o link para o vídeo do balé chinês do coreógrafo Zhang Jigang, que criou uma coreografia contemplando "A Deusa da Misericórdia com seus Mil Braços", ou "A Kwanyin de Mil Braços", da mitologia budista.

http://www.youtube.com/watch?v=NKeTD8GyJTo

Nesse balé as dançarinas são todas deficientes auditivas, perceba no vídeo que existe o som, e seu sincronismo com as bailarinas é perfeito, e me pergunto isso não é inclusão? É mais do que isso, é expressão corporal, superação, dedicação e isso tudo está envolvido uma ação simples, o c movimento. É no trabalho corporal que nos conhecemos, é nesse momento que iremos descobrir nossas habilidades e limites. E na escola que é um ambiente propício para este desenvolvimento, pois, ali temos a oportunidade de interação com outras pessoas diferentes uma das outras, com suas características próprias. E é no movimento da brincadeira que elas se descobrem e respeitam.

Uma criança quando expostas a jogos e brincadeiras, amadurece no tempo certo, trabalha a socialização e aprende a trabalhar em grupo. Quando pula corda trabalha a coordenação motora, quando brinca de cabra cega trabalha a lateralidade e vai se descobrindo, quando joga dominó trabalha a atenção. O movimento corporal trabalha as ações cognitivas, como atenção, lateralidade, percepção, coordenação motora entre outras.


Para os mais antigos, se nossos pais tivessem sabido o quanto as nossas brincadeiras eram importantes, teriam nos deixado brincar mais. Teriam nos deixado ficar mais tempo em contato com os colegas, mais tempo no quintal e na casa dos outros. Hoje quando sentimos dificuldades no relacionamento com outras pessoas, por não termos tidos esse hábito social desde a tenra infância, através das brincadeiras, nos faz falta. No novo milênio como exemplifica Edgar Morin, temos que ser globais socialmente, hoje trabalhamos com pessoas de diferentes países com diferentes tipos de cultura e o trabalho em grupo que também é realizado através dos movimentos das brincadeiras que, nos ensina limites, respeito, percepção, nos ensina a lidar com os outros.

Nossa linguagem e criatividade é mais trabalhada quando temos acesso a brincadeiras como fantoches, karaokê ou mesmo uma apresentação de uma dramatização teatral, pois, passa do concreto para o lúdico e isso contribui para o exercício do raciocínio matemático e melhora a linguagem.

A nossa linguagem lógico-matemática é mais desenvolvida com xadrez, quebra cabeça ou jogo de damas, e assim por diante, isso tudo em tempos idos, teria sido mais fácil para nós se tivéssemos brincado mais, mas então, por que não nos foi permitido isso? Não é que nossos pais não tivessem nos amado e feito isso propositalmente. Eles simplesmente não sabiam! Afinal, pensavam eles, como algo chamado como “brincadeira” poderia ser útil para meus filhos no futuro? Hoje somos futuros mestres e temos o compromisso nessa ação, movimentação com os nossos alunos produzindo assim, crianças bem desenvolvidas.

Mas, o mais importante eles nos deram, isso tenho certeza. Ensinaram-nos o amor e a coragem. Amor, para não fazermos aos outro aquilo que não desejarmos para nós mesmos. E coragem, para ir em frente e aprender sempre.
Esperamos não errar tanto com os nossos filhos, mas principalmente mantenhamos o amor e a coragem sempre como pedras fundamentais desse processo!





A brincadeira
ensina!






A brincadeira explora!












A brincadeira interage!






Brincar é conhecer limites!












Brincar é desenvolver!











Brincar é bom demais!!

Um comentário:

Fatima Alves disse...

A fragmentação epistemológica também refletiu-se no indivíduo e na sociedade. O corpo sente, toca, fala, comunga. O simbolismo do corpo deve se enraizar nas articulações psíquicas e da inteligência humana. A memória do corpo é sempre viva e mais arcaica. O corpo entra em relação com um outro corpo, procurando a fusão. A criança perde a identidade com o corpo da mãe e descobre o seu próprio corpo.
Vocês ao postarem seu trabalho puderam demonstrar que o corpo não é apenas um veículo; constitui o principal modo de percepção e expressão do homem. Essa expressão corporal permite projetar a essência criadora do corpo.
Parabéns pelo trabalho!
Sejam bem vindos ao Corpo e Movimento.
Fátima Alves