AVM - Instituto A Vez do Mestre
Disciplina: Corpo e Movimento
Professor: Fátima Alves
Data: 14/03/2008
Grupo Cabo Frio 40º - Pólo Macaé:
- Paula Duarte Vianna
- Eliana Helena dos Santos de Souza
CORPO E MOVIMENTO
O corpo é o primeiro objeto que a criança percebe através das sensações, mobilizações e deslocamentos e é através da organização das sensações relativas ao próprio corpo que a criança esquematiza o seu; tendo como resultado, a associação de elementos cada vez mais coordenados e complexos.
A psicomotricidade é uma ciência que tem como objetivo o estudo do homem através do seu corpo e contribui no desenvolvimento da criança para a aquisição de da aprendizagem nos aspectos cognitivos-motor-afetivos.
Ao mesmo tempo que se pensa em movimento, que se pensa em corpo e que se pensa em mente, devemos entendê-los como fatores integrantes de uma Pedagogia do Corpo, que faz uma inter-relação com a psicomotricidade.
A harmonia do desenvolvimento com todos os seus componentes, é tão importante quanto a aquisição de tantas performances numa determinada idade, ou de tantos centímetros. Não se trata para a criança de realizar uma corrida de obstáculos, o mais rapidamente possível, mas desenvolver seu corpo e sua mente de maneira equilibrada. Entretanto, no momento em que certas aquisições, tais como a linguagem, por exemplo, se desenvolvem rapidamente os progressos em outras áreas estacionam: é preciso compreender que a criança não pode centrar seus esforços em todos os setores ao mesmo tempo.
Os primeiros anos de vida têm uma importância capital: o desenvolvimento da inteligência, da afetividade, das relações sociais é tão rápido que sua realização determinará em grande parte as capacidades futuras. Qualquer perturbação poderá também, se não for detectada a tempo e tratada de maneira adequada, diminuir consideravelmente as capacidades futuras.
A primeira psicomotricista da criança é a mãe, ao acalentar, ao dar banho, ao amamentar, ao acariciar, ao ninar, ao alimentar. Essa mãe está fazendo o papel da psicomotricista, mesmo que não tenha o conhecimento. Quando a criança não tem a oportunidade de ter tudo isto, a possibilidade dela apresentar um déficit motor e intelectivo é muito maior.
O toque tem um papel fundamental na vida das pessoas. É através dele que muitas vezes podemos expressar o que estamos sentindo: quando fazemos carinho, quando batemos, quando abraçamos, etc. O contato de pele com pele tem a possibilidade de transmitir mensagens ao outro, sobre como estamos nos sentindo. Os neurotransmissores e nervos levam até o sistema nervoso central a “mensagem enviada” (através do toque) e este (o sistema nervoso central) modula, por meio dos próprios neurotransmissores e nervos e, das células imunitárias cutâneas, o estado da pele.
Assim, segundo o dermatologista Azambuja “a pele é o órgão de transformação de estímulos físicos em comunicadores químicos e em estados psicológicos. (...) Um contato terno e amoroso na pele produz a sensação de apoio, consolo, companhia e presença amiga; um contato rude e agressivo faz a pessoa sentir-se rejeitada, desprezada, invadida e provoca-lhe reação de defesa ou raiva”(Azambuja, 2005).
Há também toda a reverberação psicológica, causada nos bebês através do toque. Como para o bebê, no seu início de vida, seu mundo está limitado às suas necessidades corporais, a mãe deve lidar com ele em uma linguagem que este compreenda, assim, segundo Winnicott¹, “ela ama de um modo físico, proporciona contato, calor corporal, movimento e quietude de acordo com as necessidades do bebê” (Winnicott, 2000, p.237).
Através disso é possível perceber a função essencial que o toque terno e amoroso exerce na vida e no desenvolvimento do bebê. Este sente-se querido ou não em função do toque que recebe das pessoas que cuidam dele, e mais tarde, isso interferirá na sua visão de si mesmo, nas suas relações interpessoais, na sua auto estima, entre outras coisas.
O meio ambiente terá de ser favorável para que a criança tenha uma maturação normal fazendo com que sua inteligência seja desenvolvida.
É muito importante saber que a escola irá recebê-la para implantar e reforçar a sabedoria mas que o bom desempenho da criança dependerá como ela foi preparada anteriormente no meio familiar.
Muitas crianças correm, brincam, participam de jogos dentro de uma sala de aula não apresentam problemas de postura, lêem e escrevem sem nenhuma dificuldade, têm atenção, conseguem raciocinar, têm a noção de tempo e espaço, conseguem ter uma boa lateralidade; e existem aquelas crianças que são diferentes, embora tenham uma inteligência normal. Mas existem aqueles que podemos falar que são os desastrados, que os pais conseguem sempre denominá-los dessa forma, pois são aqueles que derrubam as coisas e esbarram nas pessoas, são lentos, têm a dificuldade de participar de alguma tarefa, principalmente com outras crianças, dentro de sala de aula têm uma postura incorreta, não conseguem segurar um lápis corretamente e com isso apresentam uma letra ilegível, têm dificuldade de concentração, não conseguem entender ordens e, portanto, ficam perdidos.
O segundo psicomotricista da criança é o professor do maternal, da creche, pois justamente esse educador irá fornecer dados necessários para um bom desenvolvimento psicomotor mediante atividades simples como picar papel, amassá-lo, fazendo bolinhas utilizando apenas os dedos, manusear massinhas, desenhar, pintar. Ao realizar essas atividades estará ajudando essas crianças a serem preparadas para se ter um bom desenvolvimento cognitivo favorável às condições de vida.
O movimento para a criança pequena significa muito mais do que mexer partes do corpo ou deslocar-se no espaço. A criança se expressa e se comunica por meio dos gestos e das mímicas faciais e interage utilizando fortemente o apoio do corpo. A dimensão corporal integra-se ao conjunto das atividades da criança. O ato motor faz-se presente em suas funções expressivas, instrumental ou de sustentação às posturas e aos gestos.
Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas. Os jogos e brincadeiras de movimento são atividades que através de vários gestos (saltos, corridas, lançamentos, equilíbrios, chutes, etc.) estimulam o desenvolvimento do corpo e do movimento.
Consideramos esses jogos importantes para a produção do conhecimento, para o desenvolvimento da moralidade, da afetividade, do corpo e do movimento das crianças, além de serem situações desafiadoras e significantes.
A diferenciação de papéis se faz presente sobretudo no faz-de-conta, quando as crianças brincam como se fossem o papai, a mamãe, o filhinho, o médico, o paciente, heróis e vilões, etc, imitando e recriando personagens observados ou imaginados nas suas vivências. A fantasia e a imaginação são elementos fundamentais para que a criança aprenda mais sobre a relação entre as pessoas, o eu e os outros.
Para atuarmos no mundo, com ele nos relacionamos, mas dependemos diretamente das sensações e percepções que nosso corpo pode captar. É através delas que fazemos cálculos, interpretamos como agir, avaliamos que o mundo está a nossa frente. Só que este mundo é um mundo efeito das nossas estruturações corporais as quais criam uma maneira própria de perceber o mundo; e esta maneira própria de perceber o mundo é efeito de nossas ocupações. Logo toda ocupação inaugura mundos: mundos-próprios.
O mundo pode chegar até nos quase que de forma passiva; ao abrirmos os olhos, percebemos a luz, os sons são inevitáveis, bem com a temperatura ambiente. Ma algumas sensações dependem exclusivamente de nossas ações, de nossos movimentos. Só percebo a umidade ou secura da argila indo ao encontro dela, atuando sobre ela. Há sensações que só são possíveis na atividade. Portanto como atuo no mundo das materialidades? Atuo com organizações corporais específicas, produzidas, com estruturações específicas, produzidas no meu corpo por ocupações anteriores. Logo a maneira de perceber e a maneira de agir sobre uma materialidade são particulares da estruturação que possuo.
Percebemos que reabilitar é possibilitar através de ocupações com novas sensibilidades e vemos que a Psicomotricidade é de total importância no trabalho da Terapia Ocupacional, visto que a Psicomotricidade tem como ponto de partida o corpo, a estruturação, o conhecimento, o perceber do se corpo no meio em que vive e nós terapeutas temos como ponto de partida o corpo no meio social, visando a melhor condição do indivíduo no meio em que vive com independência, independente da sua condição física e mental.
A Terapia Ocupacional trabalha para recuperação e reintegração de pessoas acometidas de limitações físicas, mentais e sociais. Com isso, o terapeuta utiliza a arte, teatro, música e dança como recurso para a recuperação do paciente. O mesmo podemos observar na Psicomotricidade que utiliza os mesmos recursos para o melhor desenvolvimento do indivíduo, por exemplo, usa a dança como forma rítmica, onde o indivíduo passa a perceber seu corpo em movimento, seu ritmo, sua percepção e seu corpo no espaço. Na verdade o conjunto dessas duas áreas nos proporciona melhor resultados nos objetivos traçados no tratamento, visto que, o ser necessita se conhecer, se perceber, aceitar-se para através disso construir, executar e concluir uma atividade terapêutica.
O grande desafio da didática atual é assumir que o método didático tem diferentes estruturantes e que o importante é articulá-los e não exclusivizar qualquer um deles tentando considerá-lo como único estruturante. Assim, o educador deve ter dimensão intelectual e afetiva do processo de ensino-aprendizagem, objetivando e subjetivando a transmissão e a assimilação de patrimônio cultural e desenvolvendo tudo isso através do espírito criativo, do compromisso com o saber e da questão do poder na escola. Estes são aspectos gerais da aprendizagem e específicos da mídia, incluindo a dimensão lógica e psicológica do processo de ensino-aprendizagem, política e técnica da prática pedagógica.
Um comentário:
Fazer do corpo um movimento diz respeito a fazer da mente um fundamento.
Fazer do corpo um movimento é fazer do físico um treinamento.
Fazer do corpo um movimento é fazer do homem um pensador.
Fazer do corpo um movimento é levar o homem a aprender.
Fazer do corpo um movimento é socializar este homem.
Fazer do corpo um movimento é sentir, falar, ouvir e ver que o corpo pode psico-movimentar.
Entendam sempre quanto seu aluno pode alcançar, mas não se prendam na teoria, o negócio é criar e saber realmente como conduzir.
Ampliem seus pensamentos através dos significados, pensem sempre por vocês, com ajuda do outro mas achem por vocês os resultados, as respostas.
Parabéns pelo projeto.
Fátima Alves
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